terça-feira, 13 de julho de 2010

Emigrar a procura de uma vida melhor


Hoje estou aqui a publicar algo sobre emigração,o terrível acto de deixar a nossa terra, nosso País, à procura duma vida melhor. Sou emigrante a 12 anos e apesar de muitas vezes sentir duma maneira ou de outra o que é viver num País que não é nosso, longe dos nossos familiares, da nossa cultura e apesar de todos contratempos, não me considero que fui mal aceite na Sociedade de acolhimento. Muita vezes sinto-me mal em relação a certas coisas, mas, mais pelo racismo do que outra coisa qualquer mas isto para mim é uma questão que ultrapasso completamente, pois o racismo faz parte da ignorância das pessoas, pois todos nós somos iguais na nascença e na morte, e a cor da pele, não interfere nesta obra da natureza, por mais que não gostemos.
Contudo, existem pessoas que sofrem na pele todos os dias o efeito de ser um cidadão emigrante. E neste caso, o que mais me faz confusão são aqueles que pertencem à comunidade europeia, moeda única, livre circulação por esses países, mas quando chega a hora de questões tão importantes como o Direito à Saúde, ao apoio social, jurídico, passam a ser considerados cidadãos emigrantes.
Tenho uma amiga que vive e trabalha em Inglaterra. Ela trabalhava numa fábrica e sofreu um acidente na hora de trabalho, provocado por uma das máquinas da empresa que se avariou e ela não sabia. Neste acidente, perdeu o dedo e dois deles quase que não se movimentam. Enfim, um acidente de trabalho que deixou uma senhora jovem inválida parcialmente.
A verdade é que nem a empresa onde ela trabalhava e descontava a segurança social ou a empresa seguradora responsabilizaram pelo caso "MENITA" e como ela não sabe falar bem o inglês ainda tornou mais complicado a situação desta amiga que viu a sua vida a retroceder já lá vão 2 longos anos e alguns meses. A Verdade é que a "MENITA" hoje vive de boa fé dos outros, enquanto não encontra solução para seu problema, tendo sido operada outra vez e a cada dia que passa sofre de dores horríveis e entrou num estado depressivo sem precedentes.
Pergunto a mim mesma, como é que uma funcionária que perde um dedo numa Empresa, no seu posto de trabalho pode ter este tipo de tratamento? Ao sofrer um acidente de trabalho, o seguro deveria cobrir este tipo de acidente como manda a Lei. Se o seguro declina a responsabilidade, então a empresa deve, ao meu ver, fazer algumas de marchas de modo a que a situação se resolva e não deixe um cidadão passar por tudo isto.
A "MENITA" efectuou descontos para a Segurança Social daquele País. Será que neste país, que dizem que o apoio social é um dos melhores, não poderia ajudar esta senhora de alguma maneira? Onde fica a parte de solidariedade social, para com os desfavorecidos? De algo tenho absoluta certeza, se a "METITA" estivesse no seu País, ela poderia contar com qualquer tipo de apoio e não abandonada à sua sorte. Por vezes abandonamos nosso País, em busca de prosperidades e tudo que encontramos, é indiferença, maus tratos, patrões que nos põem a trabalhar mais horas que do a Lei permite e muitas vezes com salários precários, ou ausência deles.
Deixo aqui um apelo aos emigrantes: que consultem os seus direitos e deveres, que se informem sobre seu contractos de trabalhos, que se sindicalizem, que aprendam a falar a língua do pais que vos acolheu, que não tenham receio de contar as suas histórias e procurarem ajudas especializadas, mesmo que em último casos, junto as representações consulares dos seus países. Todos juntos podemos travar esta onda de descriminação que existe para com os emigrantes.
A ti "MENITA", do fundo do coração, desejo ferozmente que o teu caso tenha um desfecho feliz, porque um cidadão do Mundo acima de tudo.

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