O ser humano para além de outras capacidades que lhes é própria da natureza, têm uma capacidade incrível de suportar a dor. As mulheres suporta dores inimagináveis para os homens e continuam de pé. Acredito mesmo que o homem não seria capaz de suportar tamanha dores, mas sinceramente há uma dor que não suporto. A dor da rejeição. Por algum motivo que ainda não entendi muito bem, não consigo lidar com esta dor, embora com certeza não deve ser a pior, pois também existe a dor da traição.
Durante anos, a minha postura perante a vida foi de resguardar-me de coisas e pessoas que pudessem fazer com que eu me sentisse rejeitada e quanto mais fui me tornando adulta, mais fui afastando deste cenário. Mas como é evidente por não ser vidente e não poder prever o futuro, fui incapaz de prever que a rejeição partiria das pessoas ou pessoa a qual eu tinha alguma simpatia, chegando mesmo a confiar coisas jamais ditas a ninguém.
Estarei eu isenta de culpa? Serei sempre a vitima? Não, não estou isenta de culpa e assumo meus erros, perante uma série talvez de excesso de confiança em que tinha. e muitas vezes o excesso de confiança deixa de ser virtude para ser defeito, dependendo das situações e é claro de ponto de vista. Sinto que tenho falhado muito no meu papel como ser humano e ao aceitar que me magoem é uma destas falhas. A verdade é que nunca afirmei que sou perfeita, que não erro, que estou acima da verdade. Mas também sempre disse que para mim a sinceridade e honestidade são valores da qual não abro a mão. É natural até que muitos não gostem da minha maneira de estar na vida o que acho uma atitude mais do que natural. Mas o que não acho certo é o julgamento precipitado e sem fundamento. As desculpas inventadas para o afastamento, para justificar a rejeição. E nesta matéria eu prefiro ser como sou, uma mulher que diz o que sente sem receio de não ser compreendida. Amar, gostar, sentir o prazer da companhia de alguém, não faz de mim uma tola no meu ponto de vista. Tola seria não admitir a falta que a pessoa me faz, o bem que me sinto em conversar com ela, o prazer de poder ouvir a sua voz e necessidade de poder estar bem pertinho dela(e). Não considero que gostar seja pecado e acredito mesmo que meu erro é amar em demasia, pois levo tudo ao extremo. Estou ou não estou. Erro por sufocar as pessoas com a minha necessidade de sentir amada, desejada, querida. Não aprendi a controlar isto e não sei se um dia serei capaz de fazer-lo. Mas estou cansada de sofrer estas dores. gostaria de poder desligar-me de tudo pura e simplesmente. Esquecer a mulher que sou e quem sabe assim suportar menos isto tudo. Quero dizer que não me julguem sem me darem o beneficio da dúvida. Têm dúvida acerca da minha pessoa, perguntem, não tirem conclusões precipitas. Eu confiei e não posso condenar que as coisas não são ou foram do jeito que quis. Não vou passar a vida a lamentar e sentir pena de mim, mas é muito duro viver com a dor da rejeição.
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